Vol. XI, núm. 21, 2020. Dossier: Anarquismos: história e historiografia em perspectivas multidisciplinares e interseccionais

Há seis meses escrevíamos o editorial nº 20 de dezembro/2019 destacando a “intensificação dolorosa” da crise política, econômica e ambiental durante o primeiro ano do governo Bolsonaro. O que podemos dizer de 2020? Piorou. A pandemia do novo coronavírus conseguiu dar “cores mortas” à tragédia nacional. Hoje, 13 de julho de 2020, estão contabilizados oficialmente 72.151 mortes em decorrência da covid-19. É amplamente sabido que esses dados estão subnotificados. Dois ministros da saúde foram demitidos e no momento o país conta com um interino (militar) na pasta, sem qualificação técnica para o cargo. O ocupante da presidência, segundo comunicado por ele, está contaminado pela “gripezinha”, e recebendo todos os cuidados necessários, os mesmos negados à população mais pobre. Continua pregando contra o distanciamento social, defendendo remédio ineficaz, premiando grandes empresários e sacrificando os vulneráveis. O impacto é de genocídio entre os povos indígenas e a população periférica. Seria exaustivo elencar toda a cadeia de fatos graves em torno do atual governo uma vez que seu projeto político é a destruição. Saúde, Educação, Meio Ambiente, Economia, Direitos Humanos, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Comunicação, Justiça, Relações Exteriores etc., todas essas pastas estão dominadas por anti-ministros(as). A lógica de destruição fascista ainda cumpre uma tarefa imperialista, e se atrela à crise capitalista global, anterior à pandemia e intensificada com ela.

Sumário

Editorial, de Irineia Maria Franco dos Santos

Apresentação, de Ana Paula Palamartchuk

Dossiê Temático

Anarquismo italiano, transnacionalismo e emigração ao Brasil: Contribuições ao debate teórico, de Carlo Romani

A bandeira negra entre outras: (trans) nacionalismo e internacionalismo na construção do anarquismo no Brasil (1890-1930), de Kauan Willian Santos

Nos bastidores de um jornal anarquista: as particularidades do processo de produção de um jornal libertário na Primeira República Brasileira (1900-1935), de Lucas Thiago Rodarte Alvarenga

Anarquia na Bahia (1920-1922) – militância, repressão e circulação geográfica na trajetória de Eustáquio Marinho, de Luciano de Moura Guimarães

A Insurreição anarquista de 1918, de Hamilton Moraes Theodoro dos Santos

Educação, sindicalismo revolucionário e anarquismo nos Congressos Operários Brasileiros (1903-1921), de Antonio Felipe da Costa Monteiro Machado

A condição social da mulher e o debate sobre gênero e patriarcado: contribuições de Maria Lacerda de Moura, de Tatiana Ranzani Maurano, Glaucia Uliana Pinto

Apropriação e produção de teorias evolucionistas nos periódicos anarquistas brasileiros (1900-1930), de Gilson Leandro Queluz

Os estudos do crime sob a ótica de um anarquista: Pietro Gori e a revista Criminalogía Moderna, de Hugo Quinta

Repassando a chama–sindicalismo e anarquismo na Alemanha, do período imperial até a segunda guerra mundial, de Moritz Peter Herrmann

La Insignia e o Anarquismo: a experiência da guerra civil espanhola na poética de Léon Felipe, de Felipe Vieira Paradizzo

A prática de luta armada da Organización Popular Revolucionária – 33 Orientales no Uruguai (1968-1972), de Rafael Viana da Silva

Manifestações de rua como laboratório político–2013 e suas emergentes formas, de Flávio José de Moraes Junior

Fluxo Contínuo

O fim do marxismo na historiografia brasileira? de Ronaldo P. de Jesus

Entre memórias e esquecimentos: participações dos/as jovens no Festival da Canção do sertão de Alagoas (1970 - 1990), de Isabel Oliveira, Ana Maria Freitas Teixeira, Rosimeire Reis

Passado, presente e futuro: revisitando as origens do Tenentismo e o nacionalismo autoritário das décadas de 1910 e 1920, de Allony Rezende de Carvalho Macedo

Ensaios

O candeeiro se apagou? A universidade brasileira sob fogo cruzado, de Antônio Fernando de Araújo Sá

Resenha

Trabalhadores e trabalhadoras rurais boias frias: exclusão, imprensa e poder, de Aline Oliveira Silva

O anarquismo rompendo o cerco, de Igor Ribeiro dos Santos